Renata Lopes – Histórias que inspiram #53

“Sou de São Paulo, porém por amor vim viver, há 10 anos em Portugal. Sou uma pessoa naturalmente feliz. Meus amigos diziam que eu sorria com os olhos. Costumo dizer que até os 18 anos nunca tive problemas, vivia uma vida simples mas cercada de muito amor e carinho da família.Renata_familia_MVC

Casei-me com 22 anos aos 25 tive meu menino. Uma felicidade indescritível! No entanto aquele com quem eu partilhava a vida mudou da água para o vinho e meu deixou sozinha com um bebê de 7 meses nos braços. Chorei muito, como eu chorei, com eu me lembro daquele inverno de 2004, eu achava que não ia ser capaz de criar meu filho sozinha. No entanto, eu descobri que eu era muito mais forte do que eu imaginava.

Depois de algum tempo conheci meu  atual marido. Decidimos casar e vim viver para Portugal uma vez que ele é de cá. A vida corria bem, decidimos ter mais um filho, engravidei logo, mas essa gravidez não foi nem de longe parecida com a primeira. Enjoei muito, mas muito mesmo. Perdi 15 kilos nos 4 primeiros meses, tinha muita falta de ar e um cansaço inexplicável. Tive uma cesariana muito complidada pois a minha bexiga aderiu ao útero e tiveram que operar a bexiga antes de poderem tirar minha filha.

Na primeira consulta com o pediatra ele pediu para que eu me visse ao espelho pois eu tinha um alto muito grande no pescoço. Eu nunca tinha reparado nesse “alto”. Ou se tivesse olhado, achava que era inchaço da gravidez. Fui fazer exames e a ecografia/ultrassom revelava um bócio de mais de 3 cm na tiróide.

Depois de mais exames, a nóticia mais triste que eu poderia receber. Sim estava com um cancêr na tiróide e sim eu tinha que ser operada rapidamente. Voltei a sentir um medo horrivel, e agora eu já tinha um menino de 8 anos e uma bebê de 3 meses. Como assim um câncer?! As mães com crianças pequenas não podem ter um cancêr. Eu não posso morrer! Tenho os meus pequenos que dependem de mim. Mais uma vez eu chorei e chorei, depois sequei as minhas lágrimas, respirei fundo, arregacei as mangas e decidi lutar.

Fiz a cirurgia, e depois tive que fazer o Iodo radioativo. Tive que ficar internada num isolamento (onde tomava uma cápsula com iodo radioativo – o mesmo conteúdo que vasou naquele acidente nuclear em Fukushima no Japão depois do Tsunami) e por 2 semanas tive que ficar isolada num quarto de casa sem contactar com meus filhos. Essa foi a parte mais triste, eu estava radioativa e não podia estar perto de ninguém. Tudo o que eu tocava tinha que ser com luvas descartáveis, comia em pratos descartáveis. Senti-me um animal acuado fechada num quarto. Mas eu só pensava: eu preciso viver eu quero viver! Já se passaram 3 anos, ainda estou no período de vigilância, mas os exames indicam que está tudo bem e não há metástese. Aprendi que eu sou muito mais forte do que eu  pensava e que por pior que a situação pareça enquanto há vida há que se lutar e ter esperança.

Renata Lopes
36 anos, casada
Câncer de tireóide
Lisboa – Portugal
 

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