Anatomopatológico – a análise do “bichinho”

No fim do dia, após a primeira cirurgia, voltei para casa agarrada ao peito e ao braço e com uma mega enxaqueca mas…feliz! Antes de sairmos disse ao marido: “Promete que não me leva para o hospital novamente? Só quando for para ter neném, ok?”. O médico disse que em 5 dias estaria dirigindo mas demorou 2 meses e ainda hoje não levanto o braço a 100%. Aconteceu algo que acontece a algumas mulheres sorteadas. Estou quase lá. É só continuar me espreguiçando bastante! Afinal é tão gostoso. Seis dias depois da fatídica cirurgia, recebo a ligação do mastologista: “Vânia, já estou com o seu anatomopatológico. Tudo ok mas a margem de segurança está comprometida. Tem um outro carcinoma in situ (tradução: outro tumor mas que ainda não saiu da célula). Ou seja, vamos ter que ampliar essa margem até que ela fique limpa. É coisa simples”. Resultado, tive que “entrar na faca” novamente. Damn! A cirurgia ficou logo marcada para o dia 19 de Fevereiro, desta vez no Hospital Antoninho da Rocha Marmo.

Em recuperação

Em recuperação

Mas que “raio” é esse tal do anatomopatológico?! É a análise, a biópsia do tumor que foi retirado da minha mama. Este diagnostica a doença e estabelece o estadiamento do tumor. Querem ler em português e sentir que estão lendo em chinês? Então aqui vai o resultado do meu anatomopatológico: Carcinoma de ductos mamários, com áreas de padrão rico em glicogênio, com focos de padrão apócrino, forma infiltrativa, padrão sólido, moderadamente diferenciado (Grau II histológico), com grau nuclear 2/3, com focos de necrose, com moderada desmoplasia hipocelular, leve infiltrado inflamatório crônico intra-neoplásico e peri-neoplásico, com extensão periférica e padrão expansivo com ausência de invasão vascular, neural, de hemorragia, em lesão única medindo 2,0 cm no seu maior eixo. Margens de ressecassões cirúrgicas superior, inferior, medial, anterior e posterior livres com comprometimento focal de margem lateral, em uma extensão de 0,5cm, na forma de carcinoma intraducto. Tecido mamário não neoplásico com áreas de fibrose e esclerose intersticial, com adenose esclerosante. Linfadenite crônica reacional não especifica em linfonodo sentinela, padrão difuso. Estadiamento anatomopatológico: pT2 pN0 pMX. Entenderam?! Pois…também fiz essa cara. Lá desanimei e olha…aceitei, como sempre! Sorriso nos lábios e “vamos que vamos”. Não me apetecia nada fazer uma nova cirurgia e seria só dali a 1 mês! Mas o que tem de ser tem de ser. Nem vale a pena nos questionarmos muito. Entretanto, em 2012, tínhamos decidido que 2013 seria o ano das viagens e de ficarmos grávidos. Mal sabíamos que já havia outros planos reservados para nós este ano! Trocamos milhas por uma viagem para Fernando de Noronha no Carnaval, para fazermos mergulho e para o maridão surfar e compramos uma viagem em Maio para Nova Iorque. A viagem, de Noronha, estava-se aproximando e não era reembolsável. Pedimos alguns conselhos para ver se poderíamos ir, mesmo comigo em recuperação e com tantas dores no braço. E não mergulhando, claro! Poucos disseram para irmos com tudo, para aproveitarmos e desligarmos da situação mas a maioria foi contra. Ignorei o que não queria. Afinal, esta situação estava sendo um peso grande para o maridão e ele precisava extravasar, surfar! Lá fomos mas foi a pior coisa que fiz. No entanto, isto é assunto para um outro post 😉

 

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10 Comentários to “Anatomopatológico – a análise do “bichinho””

  1. 29 de março de 2014 às 19:22

    Esse anatomopatologico é tão assustador! eu falei para o médico: – se o senhor não falar o que é, vou procurar no Dr. Google!.

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