Quando contar aos outros que estamos com câncer?
O seu diagnóstico pode (e vai) afetar as pessoas mais próximas a você. A noticia pode ser esmagadora para você mas também o é para quem está ao seu redor. As pessoas têm reações diferentes e, na maioria das vezes, não sabem o que dizer. Podem se sentir tristes e desconfortáveis e, ao mesmo tempo, com medo de perturbar você. A possibilidade de perder você, pode assusta-los. Afinal, a palavra “câncer” ainda é pesada e tem uma carga emocional muito grande. Por isso não se assuste se não disserem nada ou se se mostrarem alegres e positivos demais. Eles também estão lutando para assimilar a informação.
Diga somente a quem você quiser, o que você quiser, quando você quiser, e como você quiser. Você decide. Você pode, inclusive, ter formas diferentes de passar a mensagem. Por exemplo: para o parceiro, para alguns familiares, para as crianças, amigos “X” e amigos “y”,….. O mais importante é encontrar alguém a quem você possa dizer tudo, desabafar e ventilar, nos momentos que precisar. Se permita sentir e admita como você se sente, em cada momento. Você ser forte não significa estar sempre bem. Você pode (e deve) se sentir vulnerável. Esta é uma forma de você ser autentica (com você e com os outros) e uma forma de lidar com todos os estágios emocionais da doença. A habilidade de se sentir vulnerável é um poderoso recurso para lidar com esta fase na sua vida.
A mesma coisa no seu emprego. Algumas pessoas continuam trabalhando enquanto passam pelos tratamentos. Algumas tiram uma folga. Algumas voltam após a cirurgia. Outras não. Algumas contam aos seus chefes. Outras preferem manter tudo em segredo. O que é melhor? Você vai ter que decidir, baseado no que você sente. Se você precisa contar ao seu chefe, faça-o em privado. Deixe-o saber que você continua comprometida com o seu trabalho. E não tenha medo de pedir um pouco de flexibilidade.
Eu preferi dar a notícia à família só depois de ter um plano estabelecido. Ou seja, 5 dias depois do diagnóstico. Pedi ao meu marido que guardasse segredo para que nós nos pudéssemos estruturar melhor (na pratica e emocionalmente). Eu ainda não estava preparada nem para receber ligações a cada minuto perguntando novidades, nem para atitudes de pena ou choros de quem amo (isso iria me desestruturar e eu estava frágil). As amigas mais próximas só ficaram sabendo uns dias antes da primeira cirurgia, tal como no trabalho. À minha chefe, em Portugal, precisei contar logo no inicio pois precisei me ausentar bastante (aqui do escritório do Brasil) para exames. Aos amigos mais afastados e com quem não lidava diariamente só contei 5 meses depois, quando resolvi criar o Minha Vida Comigo.
Não existe forma correta para se dar a notícia de um câncer. Existe a forma mais adequada para você, naquele momento, naquela circunstância, com a informação que você tem. E essa forma é a que você sentir, naquele momento. Ouça o seu coração e siga-o. Ele vai ajudar você.
O que é melhor para você?
Se você já passou por isto, como você escolheu dar a notícia?
PS – lembre-se: Você pode ter câncer mas você não é a sua doença!
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Em novembro de 2016 descobri estar com leucemia através do meu cardiologista. Fui encaminhada do seu consultório direto para Barretos e lá já fui internada, sem rodeio algum, nem pude voltar para casa e arrumar minhas coisinhas, afinal, esta doença não espera.
Resolvi, junto com meu marido, não contar a ninguém, mesmo pq tenho duas filhas adolescentes e uma as portas de prestar vestibular, mas sofri muita pressão por parte dos meus pais e das minhas pequenas que ficaram muitooooo desconfiados. Dois dias depois contei por telefone aos meus pais, já que estavam quase 600 km de distância e três dias depois contei para minhas filhas, mas pedi ao psicólogo do hospital para estar ao meu lado.
A notícia, por incrível que pareça, não me levou as lágrimas e nem ao desespero. Desde o início confiei em Deus e não tomei posse desta doença, ela não me pertence.
Minhas filhas reagiram de forma diferente, a mais velha chorou muito e diz ter se sentido traída, já que eu sabia e não tinha contado antes (ela tinha 17 anos na época) e a mais nova, de 15 anos na época, só ficou com os olhos fixos em mim e não falou nada, mas depois soube que na casa de uma amiga ela chorou muito.
Meu marido, com a mesma fé que tenho, deve ter chorado, mas foi longe de mim.
Desde então tenho tido o apoio de todos e isto me fortaleceu mais a cada dia.
Já faz quase 9 meses que passei pelo transplante de medula, minha filha mais velha, a chorona, foi a doadora com 50% de compatibilidade e foi perfeito. Passei por dores e apertos, mas nunca, nunca deixei de acreditar que seria curada !
E quando fazemos uma entrevista de trabalho depois de ter passado pela pior fase? Quando se está apenas com tamoxifeno, zoladex e acompanhamento médico? Devemos ou não contar pelo que já passamos? Se não contar, isso pode gerar algum problema futuro, incluindo plano de saúde? Ou contamos porque precisamos de alguma flexibilidade para as consultas?
Para muitas pessoas nem contei…, porem pessoas que eu nem imaginava que fossem me dar tanto apoio, foram as que mais me puseram para cima! Graças a Deus o pior já passou, agora é só fazer os exames de rotina para acompanhamento, estou bem esperançosa. Mais uma vez quero MUITOOOOO agradecer a dica para o uso do creme Tegum – simplesmente MILAGROSO!
Pode me dizer que creme e esse e como ajuda no processo da doenca? Obrigada
Olá Ivona, o creme Tegum é usado durante a radioterapia, para proteger a pele das queimaduras.