Sucesso e felicidade ou felicidade e sucesso?
“Se eu trabalhar duro, serei mais bem sucedida e, um dia, portanto feliz”. Este era o lema que vivia na minha cabeça quando eu vivia em Portugal. No entanto, nunca foi um lema que adotei como meu. Não queria aquilo para a minha vida. Ser escrava do trabalho duro para, um dia, quem sabe, lá na frente, quando me aposentar, poder desfrutar da felicidade por ter sido bem sucedida. Isto nunca me pareceu certo. Viver 80 anos para ser feliz só 15, não me parecia justo! Por isso resolvi mudar para um país em que achei que a ordem da fórmula da felicidade fosse invertida.
Todos os dias/semanas das nossas vidas, atingimos pequenos sucessos. Primeiro na escola: atingimos um sucesso quando passamos de ano ou conseguimos a nota “x”. Depois quando conseguimos o emprego ou o cargo que queríamos, e por aí vai. E, cada vez que atingimos uma meta, o nosso cérebro cria, de imediato outra. Sendo assim, ele nunca fica inteiramente satisfeito com os “pequenos sucessos” e por isso nunca chega na felicidade…ela estará sempre “logo ali, depois de atingir o próximo sucesso”.
Estudos indicam que mentes positivas no presente são muito mais eficazes, vivenciando a vantagem da felicidade. Aumentam a inteligência, a criatividade, a eficácia e a energia. Consequentemente, os resultados nos negócios e nos relacionamentos melhoram. 
Desafio vocês a inverter a fórmula para: “Se eu for mais positivo no presente, o meu cérebro funciona com mais eficácia e de forma mais inteligente, experimentando o sucesso e a felicidade, ao mesmo tempo que desempenho os meus papéis, de forma mais rápida e eficiente”.
E isto não é só blá blá blá da psicologia. É uma questão química. Quando estamos positivos, o nosso cérebro libera, para o corpo todo, Dopamina que, além de dar a sensação de satisfação, aciona todos os centros de aprendizagem do nosso cérebro, fazendo com que nos adaptemos melhor ao mundo (por isso tanta gente é viciada em cocaína que faz com que o nosso cérebro produza dopamina e consigam atingir o que conseguimos deixando a nossa mente positiva).
Não olhem para mim com essa cara. Eu sei que não é do dia para a noite que invertemos os vícios do nosso cérebro em enxergar primeiro a negatividade. Aprendi com um psicólogo, uma vez numa reportagem, algumas dicas práticas para treinarmos o nosso cérebro:
- Anote, todos os dias, durante 21 dias: 3 coisas pelas quais você é grato naquele dia (o cérebro começa a reter um padrão de buscar no mundo o positivo primeiro);
- Medite – a meditação ajuda o cérebro a se concentrar numa tarefa de cada vez, ao invés ser multitarefa;
- Envie, todos os dias, um e-mail positivo elogiando ou agradecendo alguém.
Desta forma, estamos a treinar o nosso cérebro, tal como treinamos o nosso fisico e também estamos ajudando a reverter a fórmula de sucesso e felicidade para felicidade e sucesso. Criando ondas de positividade no nosso dia a dia, dentro e fora do nosso local de trabalho, estamos contribuindo para revolucionar a forma como nos sentimos neste mundo.
Beijinhos e fiquem com Deus,
Vânia
Vânia, você resumiu bem a situação: “Viver 80 anos para ser feliz só 15, não me parecia justo!” . Não é mesmo, especialmente se você pensar que a grande maioria das pessoas adoece bem antes de poder “ser feliz”.Chegar aos 80 anos com saúde, nós que já passamos por um câncer sabemos, é uma dádiva. Infelizmente também a ordem sucesso-felicidade não foi invertida no Brasil. Eu, pelo menos, não conheço pessoalmente ninguém que já o tenha conseguido!