Cristina Capellato – Histórias que Inspiram #34
Antes de começar o testemunho da História que inspira desta semana gostaria de alertar que é importante conhecermos o nosso corpo. Cada sinal, marca, volume, qualquer coisa que encontre de diferente, mostre a um médico e espere o resultado. Provavelmente não é nada mas se for pode ser este simples passo que salva a sua vida.
“Em junho de 2010, fui diagnosticada com Câncer de Pele – Melanoma, o Câncer de Pele mais agressivo que existe. Devido ao risco de metástases.”
Começa a Cristina o seu relato. Mas a história dela não começou aqui e, um pequeno descuido, poderia ter-lhe custado a vida que tanto ama e preza. No entanto, o destino arranjou uma forma de a chamar a atenção e a levar para um hospital, lembrando que algo não estava bem e que ela precisava prestar atenção. Vamos então começar do inicio.
“Em 2008 tirei uma pinta no couro cabeludo mas não voltei ao médico para saber o resultado do exame da pinta. Achava uma coisa normal. 8 meses depois apareceram 2 gânglios no meu pescoço. Fui em 4 médicos e todos disseram que eram gânglios de gordura (lipoma) e que iam desaparecer. E assim 2 anos se passaram.
Em 03/2010 sofri um acidente de carro, onde tive problemas na clavícula. Fui no PS passar pelo ortopedista e falei para ele que os gânglios estavam doendo. Ele disse que não, não eram lipoma e que deveria procurar um medico de cabeça e pescoço. Procurei, fiz biópsia e o resultado foi uma neoplasia (tumor). No entanto, não sabia se era benígna ou malígna. Só na cirurgia com congelamento dos gânglios daria para saber.
Diante de turbilhão de notícias, resolvi ir ao Hospital A.C.Camargo, em um médico de Cabeça e Pescoço e foi a melhor coisa que fiz. Confirmou-se um Tumor, mas não se sabia de onde vinha. Me viraram de cabeça para baixo, diante de tantas perguntas e lembrei da pinta que havia tirado há 2 anos.
O médico ficou assustado e não entendia como eu não sabia no resultado do exame. Disse que se confirmasse que fosse da pinta, seria um Melanoma e que era muito agressivo e me pediu o PET SCAN, pois achava que já havia metástases. Fiz o exame, tomografias e ressonâncias: era Melanoma. Enquanto o médico examinava os outros exames, eu estava sem chão, passavam tantas coisas na minha cabeça, me sentia culpada, negligente, pois poderia ter evitado tudo isso.
O médico olhou para mim e disse: “Alguém lá em cima deve gostar muito de vc pois não tem nenhuma metástase, você é muito abençoada.” Fiquei contente com a notícia, mas sabia que a batalha iria começar. Não quis saber das minhas chances, porcentagem, anos de vida. Falei só uma coisa: “Faça o que tem que fazer, eu quero viver.”
Não entrei em desespero, tinha uma força dentro de mim incrível, queria viver, tinha muita fé. Queria ver meus filhos se formando- casamento deles, meus netos, etc.
Em julho/2010 fiz um esvaziamento cervical radical retirando 32 linfonodos dentre eles 3 contaminados. Fiquei com algumas sequelas, mas tudo bem. Em setembro/2010 comecei a tomar injeções de Interferon, pois este era o tipo de medicação para Melanoma, durante um ano. No primeiro mês era todos os dias que duravam duas horas e 11 meses seguintes, eram injeções na barriga em dias alternados.
Que reações terríveis. Chegava desfalecida em casa, no outro dia nem levantava da cama e no outro dia tinha que tomar novamente.
Em novembro/2010 foi a vez da Radioterapia. Para mim foi devastadora. Tive queimaduras de segundo grau, meu rosto, pescoço em carne viva, boca, língua, couro cabeludo, tudo queimou, não conseguia comer. Interferon e radio juntos foram uma combinação fortíssima. Meu cabelo começou a cair. Sinceramente, isso não me abalou nem um pouco. Usava lenços, parecia uma tartaruga ninja, mas tinha fé e determinação, era passageiro.
Em 10/2011 acabei as injeções de Interferon. O médico disse que 60% dos pacientes que tomam este tipo de medicamento não completam todo o ciclo devido as reações que são terríveis. Fiquei contente e senti-me vencedora pois disse para ele que eu iria até o fim e fui, com o apoio do meu marido e dos meus filhos.
Fé e pensamentos de vitória, são indispensáveis. Querer Viver.
Hoje estou ótima, zerada, faço minhas tomografias de 3 em 3 meses, Dermatocopia Digital (exame das pintas) de 6 em 6 meses e meu cabelo cresceu.
Tudo passa e nada é por acaso. Minha família se uniu muito.
Tive muita sorte e agradeço a Deus todos os dias por ter outra chance de vida e aproveito muito.
Estou feliz hoje e muito bem. Faltam 2 anos para me considerar curada, mas tenho certeza que Deus nunca me abandonou e vai me dar essa graça.
Meu nome é Maria Cristina Capellato Dias, moro em Cotia-SP, tenho 52 anos e venci o Câncer.
Cristina Capellato 52 anos, casada Cotia, SP- Brasil Obrigada por compartilhar sua luta!As nossas histórias dão um sentido à nossa vida e ajudam a vida dos outros. Qual é sua história? O que faz vibrar seu coração? O que te dá força? Conte para mim, conte para nós….AQUI. Também quero histórias de homens! Se quiser conhecer as outras histórias, já publicadas, basta clicar AQUI, nas Histórias que Inspiram.
Beijo no coração
Que história inspiradora
Que depoimento!
Que Deus te abençoe ainda mais Cristina. Você é uma vencedora e digna de administração.
Beijos
Fran
Parabens! A nossa fe em Deus remove montanhas. Lindo relato de luta e perseverança.