Lilian, de 32 anos, finalmente ia concretizar o sonho de ser mãe. 40 semanas de gestação tranquila e entra em trabalho de parto na exata data marcada para quando estava marcada a sua cesariana. Parecia tudo perfeito para a chegada do seu “príncipe”, como ela o chama.

“Não ouvi seu choro e não o colocaram pertinho de mim, apenas o vi por alguns segundos a tempo de dizer:  – Oi Caio! Seja bem vindo meu filho!

Ao chegar ao quarto, voltando da recuperação,  fui tomada de uma angústia incontrolável… chorei, chorei e chorei. Era meu coração de mãe dizendo que alguma coisa estava errada. Vi meu filho somente no dia seguinte na UTI, sedado, entubado e lutando para viver. Foram dias de desespero e angústia, tentando entender o porque tinha acontecido tudo aquilo com ele.

Meu filho teve insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar. Infecção generalizada, hemorragia digestiva, falta de oxigenação, convulsão, um trombo o cérebro e três AVC’s. Os médicos procuravam, mas não havia diagnóstico.

Com nove dias, fui a uma casa de oração espiritualista e lá me disseram algo que meu coração já me dizia… que o Caio era um espirito de luz, destinado a ser meu filho e que vinha com uma missão e que pessoas assim tem dificuldade de reencarnar. Me disseram que naquele momento nada estava decidido  mas que ele só viria se fosse para ficar sem nenhuma sequela, me disseram também da luz que estávamos recebendo através das orações e que tentasse aprender com tudo isso.

Sai de lá direto para UTI,  não era bem o que eu gostaria de ter ouvido. Ao entrar na sala encostei minha mão na incubadora e disse: – Caio fica comigo! Mesmo sedado, ele virou pra mim e sorriu…. era um sinal. 

Entre tantas possibilidades de diagnóstico me pediram para realizar exame para identificar o vírus da Herpes (devastador em bebês), autorizei e pedi a interseção de Nossa Senhora de Fátima… deu negativo.

Foram 35 dias de angústias e alegrias a cada melhora.

Contrariando um médico que chegou a duvidar se ele poderia sorrir, hoje ele anda, fala  e faz muita arte. Continua sendo acompanhando por uma junta médica, mas continua sem diagnóstico.

Com tudo que o Caio teve, ele não tem o mesmo desenvolvimento de outras crianças, mas eu aceito o tempo dele. Quando ele fez um ano eu me separei (o pai dele não ajudava com nada), e partir dai cuido do meu filho sozinha (meus pais me auxiliam levando em fisioterapia, fonoaudióloga e etc), mas estou presente em consultas, exames, tratamentos aos sábados e sempre estimulando a aprendizagem dele.

O Caio chegou me ensinando a ser forte, a ter fé e acreditar no impossível. E hoje agradeço a Deus todos os dias pelo privilégio de ser a mãe do Caio.”

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