O cateter

O que é o tal do cateter?

Para mim, a noticia de que teria que por um, só significava mais uma cirurgia, mais uma anestesia, mais um corte e mais “picadas” de agulhas! Não queria ser mais furada!

Tinha acabado de tirar um “bichinho” e iria ter que por um objeto estranho dentro de mim. Descobri, umas semanas depois, que, na verdade, esse objeto do tamanho de uma moeda de 1 real, era um “amigo”. Uma tomada cujos tubos plugam e parece uma trela, por onde recebemos a poção “mágica”. Viramos por algumas horas reféns e “cachorrinhos” da “Rainha de Copas”!

O cateter porth-a-cath (totalmente implantado) foi colocado um pouco abaixo da clavícula (na subclávia) e fica diretamente ligado à veia que chega no coração, a veia jugular. Este objeto é, portanto, literalmente, o meu “amigo do peito”! Desta forma, posso receber a quimioterapia por aqui (e não pelas veias dos braços).

Vantagens deste nosso amiguinho:
– ficamos com os braços livres. Dá-nos maior conforto e mobilidade;
– evita aquelas punções constantes atrás da veia que é mais resistente;
– evita necroses e trombose venosa.

Como é colocado? Numa rápida cirurgia com anestesia local. Fazem um furinho no pescoço e um corte paralelo à clavícula e acima do peito.

A primeira semana com ele colocado não é muito “simpática”. Dá desconforto e dói um pouco. Mas passadas estas sensações, é a melhor coisa para recebermos o “elixir da juventude”. A punção que é feita pela enfermeira, quando chegamos à sala de quimioterapia, é muito rápida. Dá uma dor rápida, um “suorzinho”. Mas é respirar fundo que passa em seguida. Até porque assim que ela punciona, tira sangue e este vai para análise para ver como estão os leucócitos, neutrófilos, basófilos, etc. Então, a cabeça começa logo a fazer força para que os leucócitos estejam Samurais!

Veja abaixo, como é feita a punção do cateter, para aplicação da quimioterapia:

Eu coloquei o meu na véspera da 2ª quimioterapia, dia 1 de Abril (não, não é mentira). Não foi nada legal. Foi a quimioterapia que passei pior. Aconselho a que este nosso “amiguinho” seja colocado antes mesmo de começar a quimioterapia.

E tirar? Como terminei a quimioterapia no final de Agosto de 2013, retirei em Junho de 2014 (pode ver AQUI a minha carta de despedida ao meu “amigo do peito”). O cateter é mantido durante um tempo, caso seja necessário fazer quimioterapia novamente. O que não vai acontecer ☺.

Conclusão: Cateter é muito legal! Todo o mundo que faz quimioterapia devia colocar um! O cateter é nosso amigo. 😉

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46 Comentários to “O cateter”

  1. Manuel Lopes
    27 de maio de 2014 às 11:19

    Só agora tive acesso à sua página e a possibilidade de partilhar contigo/consigo/com você a minha experiência, localizada no tempo, muito perto da sua.
    As minhas principais referências são:
    – Junho último confirmado cancro na bexiga;
    – Quimioterapia de Julho a Outubro (com colocação de cateter);
    – Operação cirúrgica a 31 de Outubro (Criação de nova bexiga à custa da parte final do intestino).
    Até ao fim da convalescença, fiz todo o percurso desconhecendo verdadeiramente outras situações similares, não porque as não procurasse, mas porque, as que encontrei, se mostravam pouco optimistas.
    Só depois da convalescença, perto do Natal, deparei com o livro do Dr David Srvan-Schreiber (Anti cancro, uma nova maneira de viver) e já muito recentemente, o seu livro “O cancro foi a minha cura”, que me permitiram reencontrar-me com a minha doença e com abordagens muito positivas e pragmáticas.
    Curiosamente, na génese das nossas doenças e nalgumas das terapias adoptadas, encontram-se aspectos que me parecem muito próximos ou semelhantes:
    – a estranheza inicial, por termos sido tocados pela doença;
    – a complementaridade da terapia clínica convencional, com a terapia não convencional (a que eu chamei a Terapia AAS, do Amor, Amizade e Solidariedade).
    Aqui estou para me juntar à sua/tua campanha de sensibilização, aguardando também a oportunidade de escrever uma Carta ao meu Cateter, que ainda permanece aconchegado no meu peito.
    Com toda a solidariedade possível
    Manuel Lopes

  2. Belinha
    6 de maio de 2014 às 13:52

    Olá, eu fui pôr o cateter ontem, vou começar os tratamentos na semana seguinte.. A minha duvida, e agradecia que me pudesse esclarecer, é quais são as nossas limitações em relação ao cateter?? Já tenho ouvido de tudo, não se pode fazer alguns esforços( o que faz sentido), mas que não sepode movimentar muito o braço, não se pode fazer alguns trabalhos como passar a ferro etc etc. Se puder gostava que me elucidásse… Obrigada pela atenção..

    • 6 de maio de 2014 às 13:56

      Ola querida. Espero que tenha corrido bem a sua cirurgia. Eu nao tive nenhuma contra-indicaçao. A nao ser na primeira semana. Nao abusar de esforços. Mas depois de 7 dias esta liberada geral. Foi assim comigo. Vida “normal”.

  3. franciele
    5 de maio de 2014 às 18:38

    Eu ainda vou colocar o cateter e estou na terceira quimio, e estava com muito medo de colocar pois realmente parece que vamos passar por outra cirurgia, mas quando li todo o texto com a sua explicacao me senti bem melhor pois me tranquilzou… pois e para o melhor processo de tudo isso…

  4. Beth Guerreira
    28 de março de 2014 às 17:46

    Caramba!!
    Estou marcada para implantar meu catéter tb dia primeiro de abril! E tb vou fazer a segunda QT, e também, devo ficar com ele 1 ano, como tb termino a QT em agosto. Quantas coincidências querida amiga virtual!
    Estava exatamente discutindo a funcionalidade de colocá-lo com minha irmã e já pensando em desistir, quando li sua matéria.
    Que bom que seu exemplo nos serve de coragem e é tão bem explicativo!
    Parabéns pelo blog! Estou virando fã!

    • 28 de março de 2014 às 17:53

      Linda ❤️

      • maria lucia da silva oliveira
        9 de abril de 2014 às 16:55

        hoje dia 09 de abril estou com meu filho com leucemia mileode aguda preste a fazer um cateter e li sua reportagem gostei muito aliviou muito esse coraçao angustiado

        • 9 de abril de 2014 às 19:55

          Ola querida, o cateter ajuda muito. Vai ser melhor para o seu pequenote. Um grande beijinho e muita força

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