Orgânicos, Hidropônicos ou Agricultura Convencional?!
Assunto polêmico e, ainda, pouco esclarecido. Todos temos a ideia que, se é orgânico, é bom! No entanto, pode não ser bem assim. Depende se estamos consumindo produtos agrícolas (legumes, folhas , frutas) ou produtos de origem animal e em que condições de saúde estamos (bem, grávidas, em tratamento oncológico, etc.). Ui, embaralhou a cabeça?! Vou explicar. Primeiro que tudo, lanço a frase da polêmica: Não há estudo em humanos para comprovar os benefícios a longo prazo no consumo de orgânicos, diz Dr. Moacir Darolt*. Só em ratos e em galinhas! E mesmo assim não são conclusivos. Eta! Por esta nem eu esperava! Ou seja, “Saber se uma dieta orgânica pode trazer mais benefícios à saúde humana, é um dos desafios da pesquisa do novo milênio”*. De qualquer forma, segue uma breve comparação entre os três tipos de agricultura no Brasil, para que possa entender as diferenças e, assim, ver em qual perfil se encaixa. E também uma comparação entre os produtos de origem animal criados de forma orgânica e de forma convencional. Falando de valor nutricional de legumes, folhas e frutas:
Convencional – elevados resíduos de agrotóxicos. Os procedimentos de lavagem, retirada de cascas e folhas externas de verdura podem contribuir para a redução de resíduos de agrotóxicos na superfície dos alimentos, mas não eliminam os sistêmicos que circulam na planta. Quem consome alimentos com resíduos de agrotóxicos pode apresentar problemas hepáticos (cirroses) e distúrbios do sistema nervoso central. O risco vai depender da quantidade de agrotóxico acumulada e das características do organismo de cada pessoa. Uso de químicos para controlar pragas e doenças. Usa adubos químicos altamente solúveis. Médio teor de nitrato. Polui as águas e degrada o solo.
Hidropônico – o que possui mais nitrato porque a agricultura na água tende a trazer maior absorção no alimento. O nitrato ingerido passa à corrente sanguínea podendo, então, reduzir-se a nitritos. Estes sim são venenosos, muito mais que os nitratos. Tornam-se mais perigosos quando combinados com aminas, formando as nitrosaminas, substâncias potencialmente carcinogênicas. Vixi, quanta palavra complicada! Tal reação pode realizar-se no estômago. Desta forma, o monitoramento destas substâncias é essencial para garantir a qualidade dos alimentos consumidos pela população. Usa químicos para controlar pragas e doenças. Usa adubos químicos altamente solúveis. Polui as águas.
Orgânico – tendências positivas mas não conclusivas de serem mais nutritivos. Tende a ter um menor teor de nitratos (vide acima o problema do nitrato e dos nitritos) e um maior teor de vitamina C, mais fotoquímicos (flavonoides, carotenoides e polifenois), com importantes efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, principalmente em legumes e folhas. Tendem a produzir de 10 a 50% mais desses compostos do que o método convencional. O controle de pragas e doenças é feito com produtos naturais. Preserva o solo e as fontes de água. Importante: como não são usados agrotóxicos, não estão livres de alguma contaminação presente no alimento.
Falando de produtos de origem animal:
Orgânicos – maior valor nutritivo (mais vitaminas, carotenoides, tocoferóis, vitamina E e vitamina B). Valor equilibrado (1 para 1) de Omega-3 e Omega-6, ácidos graxos essenciais, que o nosso organismo necessita mas que não consegue produzir. E sem estes equilibrados, aumentam as inflamações, a coagulação e assim, se promove o desenvolvimento de células adiposas e potencialmente cancerígenas. O queijo proveniente de vacas, cabras e ovelhas que pastam, é rico em CLA (ácido linoleico conjugado), um tipo de ácido graxo, poderoso anti-cancerígeno. Se elas não pastarem, não chegam a desenvolver este ácido graxo. E não adianta dar milho e soja orgânicos! Os bichinhos têm mesmo é que pastar e andarem soltos no prado!
Convencional – gado e galinhas alimentadas a milho e soja, provocam uma grande desproporção dos ácidos graxos (muito Omega-6 e pouco Omega-3). Muitas vezes são dados aos animais hormônios para engordarem mais depressa ou para as vacas produzirem mais leite. Outra questão é que as vacas não conseguem digerir o milho que lhes é dado como ração. E, como consequência, soltam gases (metano) que contribuem quase 300 vezes mais para o aquecimento global, do que p CO2 emitido pelos carros!
Conclusões: Quanto aos produtos de origem animal, não há qualquer dúvidas. Devem ser consumidos os de origem orgânica. Com o selo a comprovar que passaram por controle de qualidade. Não deve ser consumida a galinha e o ovo caipira pois não sabemos a origem deles, forma de tratamento, alimentação, controle de doenças, etc. Em relação ao produtos agrícolas, fica claro que a agricultura hidropônica confere maiores potenciais cancerígenos, e que a agricultura convencional x orgânica deve ser estudada caso a caso.
Para tanto segue o parecer profissional a esse respeito da nutricionista Andrea Pinchelli CRN3 – 10993:
“1. Consumir alimentos da safra. Produtos da estação não precisaram de quantidade excessivas de fertilizantes e/ou agrotóxicos;
2. Ficar atento ao IDEC (Inst. Bras. de Defesa do Consumidor), que apresenta notícias sobre irregularidades do uso de agrotóxicos assim como o ranking dos alimentos analisados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Na última análise, em primeiro lugar encontrava-se o pêssego, seguido do pimentão, trigo, morango e laranja;
3. Ao se informar sobre os alimentos rankiados em agrotóxicos por ex., deve-se dar preferência ao consumo dos alimentos “descritos na forma orgânica;
4. Valorizar os produtores locais, desde que conheça a procedência e o cultivo. Desconfie sempre de produtos de tamanhos muito maiores que o convencional!
5. Importante ressaltar que a higiene ou seja a lavagem em água corrente ou imersão em água do alimento em questão, não retira o agrotóxico… pois este penetra dentro do alimento!
6. Vale lembrar que o agrotóxico não é o vilão, e sim o excesso e ou a combinação de vários produtos químicos. O agrotóxico é usado para eliminar produtos contaminantes presentes no alimento, e é por esta razão que alguns Países mais desenvolvidos, não orientam o uso de alimentos orgânicos a população de risco ( gestantes, pacientes com patologias, enfim…);
7. A última, mas não a única, dica diz respeito ao sabor: alimentos com muitos agrotóxicos não possuem as mesmas características. Podem ser mais bonitos, maiores em tamanho… mas NUNCA em sabor!!!” O que comemos diz muito sobre nós. Principalmente, sobre nossa saúde e longevidade. Viver com qualidade de vida, não implica termos uma boa situação financeira mas sim…e acima de tudo, termos uma saúde de qualidade para aproveitarmos a vida!
Fontes: * Moacir Roberto Darolt– Eng. Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente, Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná; Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA); ** David Schreiber em “Anti-câncer” *** Andréa M. Pinchelli Nutricionista (CRN 3 -10993) / Mestre em Alimento e Nutrição – UNICAMP / Especialista em Fisiologia do Exercício – USP / Colaboradora Convidada Câmara Técnica (áreas Clínica e Esportiva) do Conselho Regional de Nutricionistas CRN 3) desde Jan, 2011.
5. Importante ressaltar que a higiene ou seja a lavagem em água corrente ou imersão em água do alimento em questão, não retira o agrotóxico… pois este penetra dentro do alimento!
6. Vale lembrar que o agrotóxico não é o vilão, e sim o excesso e ou a combinação de vários produtos químicos. O agrotóxico é usado para eliminar produtos contaminantes presentes no alimento, e é por esta razão que alguns Países mais desenvolvidos, não orientam o uso de alimentos orgânicos a população de risco ( gestantes, pacientes com patologias, enfim…);
7. A última, mas não a única, dica diz respeito ao sabor: alimentos com muitos agrotóxicos não possuem as mesmas características. Podem ser mais bonitos, maiores em tamanho… mas NUNCA em sabor!!!”
O que comemos diz muito sobre nós. Principalmente, sobre nossa saúde e longevidade. Viver com qualidade de vida, não implica termos uma boa situação financeira mas sim…e acima de tudo, termos uma saúde de qualidade para aproveitarmos a vida!
Fontes:
* Moacir Roberto Darolt– Eng. Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente, Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná; Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA);
** David Schreiber em “Anti-câncer”
*** Andréa M. Pinchelli Nutricionista (CRN 3 -10993) / Mestre em Alimento e Nutrição – UNICAMP / Especialista em Fisiologia do Exercício – USP / Colaboradora Convidada Câmara Técnica (áreas Clínica e Esportiva) do Conselho Regional de Nutricionistas CRN 3) desde Jan, 2011.