Janiele Mendes – Histórias que inspiram #51

Janiele Mendes“Eu tenho 29 anos, moro em Quixadá no Ceará e sempre fui uma pessoa saudável. Aos 12 anos tive a minha primeira menstruação. Nunca apresentei nenhum problema ginecológico e sempre fui regularmente ao ginecologista. Aos 26 anos conheci o meu marido e como a maioria das mulheres eu queria muito ser mãe. Após 3 anos de casada e já com certa estabilidade eu e meu marido decidimos que iriamos ter nosso primeiro filho. Então foi na minha ginecologista e ela me recomendou fazer alguns exames antes de tentar engravidar. E os resultados apontaram um tumor no meu ovário direito. Fiquei assustada, mas o médico disse que não era motivo de preocupação porque o tumor tinha aparência de ser um teratoma, ou seja, tumor de ovário benigno, e que eu poderia engravidar normalmente.

A partir daí eu já acendi a luzinha vermelha e algo dentro de mim dizia que eu deveria operar e tirar aquele tumor antes de engravidar. Foi então o que eu fiz.

Então no dia 18 de setembro de 2013 realizei a primeira cirurgia, onde foi retirado o tumor e fiquei tranquila esperando o resultado da biopsia sem nenhuma preocupação, achando que em breve eu estaria com o meu baby na barriga. Triste ilusão.

No dia 11 de novembro de 2013 eu voltei ao medico com o resultado da biopsia em mãos. Então o médico me examinou e disse que estava tudo bem com a minha cirurgia que agora era só praticar e engravidar. Foi quando eu com a biopsia em mãos, quase que esqueci de mostrar ao médico. Apresentei o resultado ao medico, ele leu e já mudou a sua expressão facial. Ai eu perguntei se tinha dado algo grave, ele disse que sim.

O meu tumor não era um teratoma, o meu tumor era um CARCINOMA DE OVÁRIO, ou seja, CÂNCER DE OVÁRIO.

Nesse momento o meu mundo caiu, nada fazia mais sentido e tudo ficou pior quando o medico disse que nesses casos o tratamento de praxe era histerectomia total e quimioterapia. Essa foi a pior noticia que eu recebi em toda a minha vida. Eu não tinha medo de morrer e nem me preocupava com a aparência, embora eu seja muito vaidosa, nem com a perda dos cabelos e nem passar pela quimioterapia, minha maior tristeza era que eu não iria poder ser mãe, eu não iria poder realizar o meu maior sonho, um sonho tão esperado. Janiele Mendes

Após o diagnóstico o médico cirurgião me encaminhou para um oncologista, e chegando lá ele pediu a revisão de biopsia para confirma o resultado, pois o câncer de ovário não é comum em mulheres com menos de 50 anos. Com a revisão da biopsia foi confirmado o resultado, e pra mim foi novamente um sofrimento, pois eu tinha que aceitar que aquela era a minha condição e que eu tinha uma luta imensa pela frente, que minha vida iria mudar e que o meu sonho de ser mãe não iria se realizar da maneira como eu imaginava.

Chorei muito, principalmente ao lado meu marido, que tem se mostrado um super companheiro e amigo e que fez toda a diferença no meu tratamento. Após uma semana só chorando e chorando, decidi enxugar as lágrimas e encarar o que tinha que ser feito com dignidade.

Voltei ao oncologista e ele me propôs fazer uma pequena cirurgia para retirar apenas um ovário e estudar para saber a possibilidade de tempo e progressão da doença, para tentarmos pelo menos uma gravidez antes da histerectomia.

No dia 10 de dezembro de 2013 me submeti a uma segunda cirurgia onde foi retirado somente o ovário direito e a trompa direita. Que foram mandados para biopsia. Passei o Natal e o Ano Novo na expectativa da noticia. No começo do mês de janeiro de 2014 voltei ao medico com a biopsia e novamente uma avalanche de tristeza, mas já com certo conformismo. Eu não poderia mesmo esperar para ter uma gravidez, pois a doença já tinha comprometido também o outro ovário.

Foi marcada a histerectomia para o dia 21 de janeiro. Uma cirurgia que durou 6 horas, com um corte de 20 centimétricos na vertical, que me rendeu uma marca que eu vou levar pro resto da vida na barriga.

No dia 6 de março fiz minha primeira  quimioterapia e no dia 18 de junho fiz a ultima sessão.Foram os piores dias da minha vida, eu me sentia muito mal, fiquei muito inchada e sentia coisas que meu corpo nunca havia sentido antes. Hoje estou bem graças a Deus. Foi Ele esteve ao meu lado e me deu forças e tb outras pessoas maravilhosas, como meu pai, mãe, meu marido, minhas irmãs.

Agora eu fico fazendo acompanhamento a cada 3 meses com o oncologista clinico para vigiar o meu organismo. Eu confesso que toda vez que eu faço os exames eu sinto aquele medo enorme de a doença ter voltado, mas com Deus tudo é possível e ele vai me proteger dessa doença.

Eu e meu marido estamos na fila de adoção aguardando ansiosos para sermos pais de uma menina e com a graça de Deus o que já está bem, vai ficar ainda melhor.

Eu desejo muita fé e força para todas as pessoas que passam por este problema, porque só Deus e a família são capazes de estar ao nosso lado nesses momentos.”

Janiele Mendes
29 anos, União Estável
Câncer de ovário
Quixadá, Ceará – Brasil
 

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