Viver, sem sobreviver, na nossa comunidade

altruismoA vida é uma luta. Estamos constantemente numa batalha de sobrevivência. Seja lidando com pequenas coisas (as mais difíceis), seja lidando com as grandes. E estas batalhas não valem a pena se forem travadas apenas pelo nosso próprio bem. “Precisamos de uma razão para além da mera sobrevivência para podermos continuar vivendo.”, como diria Saint-Exupéry, no livro “A terra dos homens”, onde conta a história do piloto cujo avião caiu nos Andes. Andou dias à deriva, se deixando levar pela morte eminente. Até que se lembrou que se ali ficasse e congelasse, poderia ser que ninguém o encontrasse e a esposa e filhos teriam que esperar 4 anos para receberem o seguro de vida dele. O amor pela familia falou mais alto e foi isso que o salvou. Ele encontrou a motivação que precisava.

O marketing de vida, hoje em dia, é mais centrado no nosso Ego. “desenvolvimento individual, autonomia, independencia, liberdade individual,…”– como diz David Servan- Schreiber em seu livro “Curar”. Valores que foram ganhando força desde a revolução francesa (e americana). Muitas coisas melhoraram, claro. No entanto, quanto mais caminhamos para a liberdade individual, a coletiva fica deficitária. Caminhamos para o isolamento, sofrimento e para a perda de significado. Nunca fomos tão livres mas tb nunca fomos tão sozinhos. E, como consequência, a depressão vem aumentando cada vez mais, no Ocidente.

Por outro lado, a sociobiologia demonstra que nossos genes são altruístas. A nossa preocupação para com os outros aliada à paz interior que ela traz, faz parte dos nossos genes. Por isso muitas vezes temos um sentimento de vazio que anda de mãos dadas com a depressão. A nossa genética pede que façamos algo pelos outros que não nos traga nenhum beneficio material ou de status. Alguns estudos concluem que as pessoas que participam em atividades comunitárias não são apenas mais felizes como também gozam de melhor saúde e vivem mais.

Aliarmos o amor que sentimos pelo nosso parceiro (e filhos), através de um relacionamento estável e intimo, à integração na comunidade em que vivemos (desempenhando um papel ativo focado no outro, sem beneficio material próprio), pode ser uma solução para superarmos sentimentos de ansiedade, desespero e mesmo de inutilidade. E como mente e corpo andam sempre juntas. Cuidando da mente estamos cuidando do nosso corpo.

Não precisam ser grandes atitudes, monumentais. Podemos fazer a nossa parte com mais generosidade ou dar um pouco do nosso tempo, uma vez por semana, a uma causa, um grupo, a uma pessoa, por exemplo…São inúmeras as formas de podermos ser úteis à nossa comunidade. Como dizia a Madre Teresa: “Não procure ações espetaculares. o importante é a doação pessoal. O importante é a qualidade do amor envolvido nas ações.”

E você, o que você está fazendo para ajudar os outros?

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2 Comentários to “Viver, sem sobreviver, na nossa comunidade

  1. 29 de janeiro de 2015 às 11:06

    O tal do livre arbitrio!!! Complicado esse! :)

  2. Pedro Castanheira
    29 de janeiro de 2015 às 11:03

    Deram-nos a capacidade de ecolher e isso complicou toda a nossa vida. Escolher implica compromisso e compromisso implca dar uma parte de nós. Só assim podemos viver bem com nós próprios.

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