Triplo Negativo

A identidade de um câncer é bem mais complexa do que imaginamos. Não temos “apenas” um Câncer de Mama. Dentro do tipo de câncer, existem vários sub-tipos, várias características que formam a identidade de cada caso. Já falamos aqui de uma das identidades do meu tumor, cujo resultado veio do Anatomopatologico (neste post). Este diagnostica a doença e estabelece o estadiamento do tumor.

No entanto, isto não é suficiente. O que classifica o subtipo molecular do tumor é a análise Imuno-histoquimica (feita em laboratório). Um processo para verificar se o tumor tem algumas proteínas (HER2, Ki-67, p53) e se é receptor a alguns hormônios (estrógeno e progesterona). A maior parte destes subtipos moleculares de câncer de mama são positivos para os hormônios femininos (estrógeno e progesterona) e/ou para a proteína HER2. Quando estes são positivos as mulheres ficam muito tristes, no inicio, pois além da quimioterapia, têm que tomar o Herceptin (administrado da mesma forma que a quimioterapia convencional mas não tem efeitos colaterais) e têm que fazer hormonoterapia, através de um comprimido oral diário durante 5 anos. As mulheres ficam tristes mas na verdade deveriam ficar felizes. Isto porque a origem do câncer delas é detectada e “facilmente” tratada.

E quanto aos outros, que não são positivos para estes hormônios e/ou proteínas?! Sobram cerca de 10/20% que são negativos aos três e têm a origem do câncer desconhecida. Pode dar-se o caso de, por exemplo, tal como a Angelina Jolie, terem o gene do câncer de mama, o BRCA1 e o BRCA2. Ou seja, um tratamento menos demorado não significa que o caso é mais simples. Antes pelo contrário. E porque falo tanto disto?! E porque sei eu tão bem?! Porque este é o meu caso. O meu subtipo molecular de câncer é TRIPLO NEGATIVO. Faço parte dos raros 10/20%!! Oh sorte! Vou começar a jogar na Megasena!!

cancer_TRIPLO_NEGATIVO

Como resultado, o indicado é fazer o exame de sangue que me diz se tenho o tal gene, o BRCA1 e o BRCA2 (a probabilidade de o ter é de 5% mas tenho que fazer). Ainda não o fiz porque, no Brasil, custa R$7mil e o convênio médico não cobre. Felizmente vai cobrir a partir de dia 2 de janeiro, diz a ANS (Agência Nacional de Saúde). Vou fazer e já sei que atitude tomarei caso seja positivo (fica para outro post).

E quais as consequências deste tipo de tumor? Além de não se saber a origem, é um tumor mais agressivo, tende a crescer mais rapidamente (o que explica o seu aparecimento em um mês), tem mais probabilidades de dar metástases (aparecer em outros órgãos), tem maior chance de voltar a aparecer (recidiva) e não existem tratamentos específicos, além de uma quimioterapia agressiva (e radioterapia).

Aqui, enfatizo uma vez mais o que desenvolvi no post “O câncer da Alma”. Acredito que não tenho o gene porque atribuo a origem do meu câncer ao emocional e isso não pode ser cientificamente comprovado. Não vou deixar de fazer o exame por uma “simples” crença. Sigo todas as recomendações do meu médico e continuo levando a minha vida com tudo o que aprendi e seguindo os meus instintos, sem medo de viver. Vivo com muita garra e com muita vontade! Afinal eu só quero, o que todos querem e só busco o que todos buscam: a felicidade!

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203 Comentários to “Triplo Negativo

  1. Roberta
    7 de março de 2017 às 16:28

    Bom, gente, eu também tive um triplo negativo. Tinha feito mamografia em janeiro/2015, sem problemas, mas o tumor surgiu em junho/2015, descobri pelo auto-exame. O tratamento todo acabou em maio de 2016, envolveu primeiro quimio (4 vermelhas e 12 brancas), depois cirurgia e 28 rádios. Não foi fácil, mas estou aqui, firme e forte. Graças a Deus, a medicina evoluiu bastante, e sofremos menos do que antigamente, apesar de ainda sofrermos. O que mais contou, no meu caso, foi a fé em Deus, que me levou até o fim.
    Procuro não pensar muito na possibilidade de aparecer outro tumor, até porque deu tudo certo comigo no tratamento, mas em abril do ano passado tive um problema com pedra nos rins que causou infecção generalizada, e eu quase morri. Quer dizer, o câncer não me matou, mas uma pedra pequena nos rins quase mata, então acho que não adianta eu ficar encafifando, melhor viver minha vida da melhor maneira possível, não é? Pensar assim, para mim, funciona!

  2. Nuno Palma
    14 de fevereiro de 2017 às 16:00

    Boa tarde a todos,
    a minha mãe também embarcou no barco triplo negativo, e depois da quimio vermelha ja vai na terceira sessão da fase seguinte. Infelizmente os indicadores tumurais vieram altos o que indicia que podemos estar a perder esta batalha.
    Estamos naturalmente assustados, mas ela continua a fortaleza do costume.
    A grande pergunta é quais são as respostas que a medicina nos pode dar neste novo quadro, sabendo nós que para os triplo negativo traz consigo soluções limitadas.
    Se alguém de vós puder partilhar da sua experiência fico desde já muito e muito grato.

  3. solange demonel
    3 de fevereiro de 2017 às 19:18

    TRIPO NEGATIVO
    Fui diagnóstica com tripo negativo, tamanho do tumor equivalente a 1cm tenho 44 anos, hoje fiz minha terceira sessão de quimio vermelha, passarei por 3 meses de quimio branca e 30 sessões de rádio, sei que não é fácil, mas quando temos fé e determinação os caminhos vão ficando menos estreitos, tenha fé e vivam a cada dia minha irmãs em luta, pois a maior chance de cura que temos está no psicológico esta é nossa arma contra este tipo de câncer, somos guerreiras e não vamos desistir tão fácil. Deus nós permitiu passarmos por isso para darmos nosso testemunho. vamos vestir a armadura e ir para luta,a final somos guerreiras e a palavra desistir não existe no nosso vocabulário.TODAS CONTRA O CANCER!!!

  4. Joana
    22 de janeiro de 2017 às 18:02

    Obrigada por partilhar… eu também fui diagnosticado com triplo negativo, mas tão precocemente que estavam
    Todos in situ. Fiz dupla mastectomia e para já faço parte do restrito grupo de sortudas que apenas estão em vigilância apertada. Grau 0 safou me.
    Mas fui avisada que tinha o pior. O mais agressivo, o que mais voltava, o que não permite o tratamento hormonal.

    Como é que se vive com esta sombra?

  5. 6 de janeiro de 2017 às 17:50

    Olá queridas, a minha mamis no auge dos seus 61 aninhos, foi diagnosticada com câncer de mama triplo negativo, estágio III, sem metástases. Ela fez 4 sessões de quimioterapia, e aos quinze dias da primeira cairam seus cabelos e como ela diz, ficou mais fresquinho!!!Teve alguns enjoos na terceira sessão. E o acesso da medicação terá que ser por catéter, as veias do bracinho já estão saturadas. O tumor diminui bastante, no início com 6 cms e na última consulta com o mastologista em 30/11/2016 estava em 2,5 cms. Neste mês retornaremos a oncologista e ao mastologista para sabermos o tamanho que está o bichinho e quais os passos a seguir. Sabe, eu via a minha mãe como uma senhora tímida, pacata, mas agora eu a vejo como uma leoa, Sansão. Não deixou de ir a ginástica nenhum dia, está lá, firme e forte, fazendo sua esteira e caminhada, e conversando muito com as amigas. Essa é minha mãe, minha guerreira, meu orgulho. Bjus meninas e força sempre!!!

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